sábado, 30 de março de 2013

De Volta ao Outro Lado da Moeda


Mesmo que a maioria dos homens da Policia Militar cumpram com seus deveres dentro da lei e alguns deles sejam verdadeiros heróis, infelizmente ainda temos algumas  maçãs podres dentro do cesto.
No bairro Vila Alpina, zona leste da cidade de Juiz de Fora, vários moradores reclamam das ações da Policia Militar. Uma aposentada, que preferiu não se identificar, disse já ter presenciado inúmeras abordagens truculentas dos policiais, onde eles agrediram verbal e fisicamente suspeitos, menores de idade, que já haviam sido dominados, “Eles xingaram o menino de tudo quanto é nome e durante a revista bateram nas perna dele com aquele negoço de madeira...”, conta a aposentada. De acordo com outros moradores essas cenas são freqüentes no bairro.
No ano de 2009, um episodio de extrema violência marcou os moradores do bairro Vila Alpina, no mês de outubro a policia organizou uma grande ação para tentar prender um morador que era traficante de drogas. O morador, conhecido como Chapéu, tentou fugir, mas foi capturado pela policia, mesmo algemado ele foi violentamente espancado por vários policiais e dentro da viatura continuou sendo espancado. Além de sofrer toda essa violência ele e sua família ainda foram extorquidos, os policiais exigiram uma quantia em dinheiro para que quando o homem saísse do hospital ele não fosse para a cadeia, a família pagou, mas ele não resistiu, morreu e foi enterrado do dia 02/11/2009.
A historia é de conhecimento de todos os moradores da região, mas a família não gosta muito de dar detalhes sobre o assunto, se atendo a contar a versão geral do fato. Os nomes dos policiais envolvidos neste caso ninguém sabe ou ninguém lembra, por isso não foi possível entrar em contato com eles para saber o lado deles da história.
Mesmo que saibamos que nenhuma instituição é perfeita e que em todas as profissões existem pessoas ruins, quando tomamos conhecimento  dessa história, fica o sentimento de pesar, de tristeza em ver que na nossa cidade também têm bandidos fardados, que são motivo de vergonha para a corporação e para a sociedade.

domingo, 24 de março de 2013

A Patrulha de Prevenção à Homicídios


O Cabo Bruno, Comandante da Patrulha de Prevenção à Homicídios, nos conta nessa entrevista como esse patrulhamento funciona e quando ele surgiu na cidade de Juiz de Fora. Abordando os pontos positivos e relatando histórias que marcaram seu trabalho. Ele também dá a sua opinião sobre o livro Rota 66.

por, Juliana Neves

Universo Policial


Quer saber mais sobre a polícia?
A melhor fonte para isso, é a própria polícia né. 

O sargento José Ricardo Supérbi Monteiro, da polícia militar de MG, criou em 2008 um site que aborda vários temas interessantes relacionados ao trabalho policial. 
Nele você encontra o link de blogs criados por policiais de diferente regiões do Brasil! Vale a pena conferir! 


Acesse: Universo Policial - Conhecimento, Cultura e Entretenimento.  


PROERD

por, Mariana Muller

A Polícia Militar de Juiz de Fora realiza vários projetos de assistência à população, mas somente um deles é voltado diretamente para as crianças.

Logotipo do PROERD

O Leão significa FORÇA. O triângulo, FAMÍLIA, POLÍCIA e ESCOLA, são os pilares em que o aluno deve se apoiar.


O Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência, PROERD, foi implantado em Juiz de Fora no ano de 2003 para atender alunos das escolas municipais e estaduais da cidade. No projeto os alunos aprendem de maneira lúdica os males do álcool, das drogas e do cigarro, e a resistir à tentação de utilizar qualquer um deles. A pedagoga Mírian Rossini Guedes ressalta a importância desse ensinamento às crianças, “quanto mais cedo melhor, pois muitos deles já nascem com o tráfico dentro de casa ou na sua vizinhança.".

"Essas crianças estão acostumadas e ver coisas que nós nunca veremos, portanto enquanto achamos que é muito cedo para falar com eles sobre este tipo de assunto, eles já estão com as respostas na ponta da língua.”.


A pedagoga trabalhou em uma escola na Vila Ideal em 2012 e diz que havia palestras do PROERD para seus alunos –“Vai um policial uma vez por semana na escola, faz vários tipos de atividades com as crianças, e existia uma troca de informação, pois as crianças na presença do policial ficavam com medo de contar o que acontecia a sua volta, mas com nós professoras eles comparavam o que aprendiam com o que eles vivenciam na comunidade deles, muitos alunos meus chegavam contanto o que viam nos seus bairros. Outros contavam a reação de seus familiares com o que eles contavam o que estavam aprendendo.”.

O projeto da PM já formou milhares de alunos, geralmente na idade de 9 a 12 anos, quando estão cursando o 4ºano ou o 5ºano do ensino fundamental. Valéria Fabri, Thaís Vieira e Matheus Santiago são alguns dos alunos que passaram pelo projeto e trazem lembranças até hoje. Valéria fez o projeto na sua inauguração e até hoje lembra alguns dos aprendizados, “fazíamos teatro sobre como proceder se alguém te oferecesse a droga e cantávamos a música sempre e no final do ano tinha um concurso de redação sobre tudo que aprendemos no curso”. Thaís se formou em 2004, na primeira vez do projeto em uma escola federal “lembro que um dos ensinamentos era que a droga mais fraca era porta de entrada para as mais fortes, e isso me marcou muito”. Matheus ressalta a importância do projeto “por ser ministrado por um policial, o projeto acabando criando uma afinidade entre as crianças e o instrutor, e faz com que elas confiem desde cedo na polícia, tendo como um amigo mesmo. Além de conscientizar a criança antes dela ter acesso às drogas, o que dá maior chance de mantê-la longe desse meio”. Além dos ensinamentos, outro ponto crucial na memória dos alunos é o instrutor.

Os policiais militares que se envolvem no PROERD acabam sendo conhecidos pela população e se tornam exemplo de conduta. De acordo com a Associação de Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar de Minas Gerais (ASCOBOM), o cabo Luiz, do 27ºBatalhão de Polícia Militar, instrutor das aulas do programa, ser do PROERD o ajudou a salvar um bebê. Um pai mantinha seu bebê de refém e ao ver o policial instrutor do PROERD na ocorrência disse que só negociaria com ele. Após muita conversa, o cabo Luiz conseguiu sair com o bebê a salvo. Em conversa com a nossa equipe o cabo afirmou que o sucesso de outras operações foi devido ao envolvimento no PROERD.

Após 10 anos em Juiz de Fora, o Programa é um dos mais conhecidos da cidade, principalmente pela sua música tema, e ainda tem muito mais pra crescer no combate às drogas e a violência pela conscientização das nossas crianças. 

Confira fotos na nossa galeria!

hino do PROERD - Turma Thaís Vieira 2004


Colhendo Frutos!

 A Câmara Municipal concedeu ao Senhor Comandante da 4ª Região, uma moção de aplauso, pelo sucesso alcançado pelo lançamento dos programas “Ambiente de Paz” do bairro Santa Cruz e Benfica.

https://www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-pm/27bpm/conteudo.action?conteudo=35124&tipoConteudo=noticia

O outro lado, visto por um policial.

por, Talita Maria

Será que a polícia é realmente tão cruel como nos conta Caco Barcelos em seu Iivro, Rota 66? Quais as consequências da grande visibilidade da polícia militar? O que existe por trás da farda de um policial?                         
 São esses e outros questionamentos que buscamos responder em uma entrevista com um policial militar, de Juiz de Fora - MG.                                        
 Luiz Eduardo Colares é um tenente da polícia militar aposentado, com 30 anos de experiência. Ao longo de sua carreira enfrentou dificuldades, ajudou pessoas, teve seus esforços reconhecidos e recebeu criticas. E o que resta dos tantos anos de trabalho, é o sentimento de dever cumprido. Depois de um tempo aposentado, o 2º Tenente foi reconvocado, e se prepara para voltar a ativa no mês de abril. As expectativas para a volta ao trabalho são as melhores.                                                                                                                                           
Para Colares, como em todas as profissões, existem bons e maus profissionais na polícia, é preciso ter cuidada para não generalizar. Ele lembra que a polícia militar tem muita visibilidade, se comparada a polícia civil ou federal, o que tem seu lado positivo e negativo. Muita gente espalha o que viu o ou ouviu, sem saber se é realmente é verdade, sem saber o contexto do fato. É importante lembrar, que muitas vezes a população esquece que a polícia apenas executa o que a justiça determina, o que acaba criando uma aura negativa em torno da PM.                                                               
Atrás da farde de um policial existe um ser humano, com família, sonhos e sentimentos, mas muita gente ignora isso. Colares, além do trabalho como policial, é palestrante voluntário sobre dependência química, atuando em escolas, igrejas e empresas, também é presidente da associação dos moradores do bairro Nova Benfica e desenvolve trabalhos em vários movimentos da Igreja Católica.  Recebeu o título de cidadão benemérito de Juiz de Fora em 1999, e foi homenageado pelo Lions Clube Juiz de Fora na década de 90.
Confira esses e outros temas, na entrevista com Luiz Eduardo Colares: 

https://soundcloud.com/talita-maria/entrevista-colares-r-dio


Em nossa galeria de imagens você encontra fotos do Tenente Colares. Acesse!






quinta-feira, 21 de março de 2013

Todo mundo ajuda todo mundo.

Moradores da zona sul se uniram, com apoio e orientação da Policia Militar, para formar uma rede de proteção onde os próprios vizinhos monitoram as redondezas, como uma espécie de "câmeras vivas".

www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-pm/27bpm/27bpm/27bpm/27bpm/27bpm/conteudo.action?conteudo=11253&tipoConteudo=noticia


"Na escuridão da selva urbana, somos guardiões da tranqüilidade civil, prontos para o combate, pois o inimigo nos observa atentamente, esperando o primeiro, descuido. Somos fortes na linha avançada, sem da luta os embates temer."
                                                                                      Desconhecido. 

Caco Barcellos


Nascido em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, na data de cinco de março do ano de 1950, Cláudio Barcelos de Barcelos é jornalista, repórter e escritor com especialidade em jornalismo investigativo e documentário.
Em Porto Alegre, o jornalista iniciou sua vida na periferia da cidade, na Vila São José de Murialdo. Desde o início de sua formação profissional, Barcellos demonstrava uma constante indignação com a brutalidade policial que presenciava no local. Antes de se tornar um dos jornalistas mais conhecidos do Brasil, ele atuou em diversas profissões como, por exemplo, taxista.

Como jornalista, iniciou seus trabalhos como repórter no jornal Folha da Manhã, que pertencia ao grupo Caldas Júnior. Durante os anos 70, Caco Barcellos teve uma destacada atuação na imprensa alternativa e foi um dos fundadores da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre. Fora isso, criou a revista Versus, publicação que tinha o objetivo de apresentar grandes reportagens sobre o continente latino-americano.
Trabalhou como repórter para as revistas Veja e Istoé e atuou como correspondente internacional na cidade de Nova Iorque. Neste período, que durou seis anos, foi apresentador de um programa no canal Globo News, pertencente à Rede Globo de Televisão. No ano de 2001, deixa os EUA para se tornar correspondente da Globo em Londres. Barcellos ainda atuou em programas tradicionais como o Jornal Nacional, Fantástico, Globo Repórter e, mais recentemente, o Profissão Repórter.
Além do trabalho de repórter, Caco Barcellos também é escritor. Entre suas obras, destaca-se o livro Rota 66. Para escrevê-lo, o jornalista passou oito meses pesquisando, noites sem dormir e foi vítima de inúmeras ameaças por denunciar a truculência da polícia paulistana nas periferias da cidade. Após muita pesquisa, Barcellos identificou 4.200 delinquentes e jovens assassinados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. Depois de lançar Rota 66, o jornalista foi para o exterior, pois causou descontentamento em muitos coronéis da PM.
Outra obra de destaque de Caco Barcellos foi Abusado, o Dono do Morro Dona Marta. Neste livro, o jornalista dá enfoque ao tráfico existente nos morros do Rio de Janeiro, o surgimento de grandes traficantes e seu relacionamento com a comunidade. Escrito em forma de romance, Abusado ficou por cerca de um ano nas listas dos mais vendidos no País e é indicado como leitura obrigatória para o vestibular de algumas das principais faculdades de Comunicação Social brasileiras.