"Antes de falar dos matadores da PM devo observar o seguinte:
a maioria dos 50 mil homens que formam a Policia Militar de São Paulo em 1975,
felizmente, não costuma matar durante o policiamento. São homens que respeitam
a lei. Mesmo muitas vezes envolvidos em situações de risco da própria vida, por
necessidade de repressão ao crime, costumam cumprir a sua obrigação: atirar só
em último caso. A prioridade da imensa maioria é a prisão do suspeito, levá-lo
a julgamento da Justiça. Matar em supostos tiroteios, como vamos ver, é coisa
de uma minoria."
Caco Barcellos
A História da Polícia que Mata
O livro começa tratando do
assassinato de um grupo de jovens de classe média de São Paulo por uma ação equivocada de uma unidade
das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). A partir deste ponto o fato se
torna o elo entre tantos outros assassinatos que não tiveram explicação, ou
melhor, que sempre tinham a mesma explicação: o bandido que reagiu e a policia,
inevitavelmente, foi obrigada a se defender, e ainda assim, teve a nobre
iniciativa de levar os bandidos para um proto socorro (PS), mas estes,
infelizmente chegavam lá em óbito.
O livro-reportagem de Caco
Barcellos, mostra também um pouco do dia a dia do repórter investigativo. Em
sua busca pelos casos semelhantes ao do Rota 66, o repórter narra sua
investigação em lugares pouco agradáveis para maioria das pessoas. Entre pilhas
de jornais e documentos em um escritório, até madrugadas inteiras dentro de uma
espécie de almoxarifado de um necrotério. A narrativa também ressalta anotações
e um árduo trabalho de pesquisa em jornais locais, documentos e entrevistas, que
foram acompanhados dos comentários do jornalista.
O livro ganhou o Prêmio Jabuti na categoria Reportagem em 1993.
Nenhum comentário:
Postar um comentário